segunda-feira, 11 de março de 2013

De volta para o passado

O tempo passa cada vez mais depressa, e na vida dos filhos é parecido com uma fase de videogame, quando vc pensa que já passou pela fase mais complicada, vem a próxima e vc se descabela para descobrir "novos truques" que te ajudem a passar mais essa fase.
Minha mocinha está cada vez mais mocinha. Ontem comprou com a mesada mais um livro (da mesma autora da série que ela está lendo), e o título diz tudo: " Manual de sobrevivência da garota descolada". Como sempre faço, estou lendo antes de entregar o livro para ela, assim podemos trocar ideias sobre o conteúdo do livro, esclarecer dúvidas, expressar nossa opinião sobre os temas abordados, etc. Já estou na página 127 (são 140 páginas) e super recomendo a leitura para garotas a partir de 8 anos (assim, mesmo que ainda não estejam na puberdade, já podem ir se preparando para quando acontecer com elas). Tenho certeza que a Renata vai curtir bastante o livro.
Também ontem minha cunhada esteve aqui em casa, e rolou o assunto sutiã, minha cunhada perguntou se a Renata queria um sutiã e ela veio me contar. Combinei que quando ela precisasse de um, a tia poderia dar o primeiro sutiã! Acho que ela gostou da ideia. Na escola algumas coleguinhas já usam (pois os seios já estão crescidinhos...), outras usam creio que para se sentirem "mais velhas", afinal, sutiã é coisa de mulher!heheh
Mas agora explicando o título desse post. Vendo a minha pequena crescer, lembro-me com clareza essa fase da minha vida, aos 9, 10 anos... Meus sonhos, desejos, tristezas, tudo vem à memória. É uma fase de ebulição, hormônios a mil, sentimentos confusos, em um momento queremos que tudo continue como sempre foi (tão mais simples brincar de boneca) e no momento seguinte, queremos ter liberdade para tomar decisões e sermos vistas como alguém que tem suas próprias ideias.
Minha pequena está assim, mais sensível, chora por qualquer motivo. Nesse ponto, somos bem diferentes, sempre fiz a "linha durona", detesto chorar na frente dos outros até hoje, fico constrangida. Mas entendo que os problemas da cabecinha dela são problemas enooooormes para ela, porque eu me lembro de me sentir muito incompreendida quando meu pai dizia: "a sua única preocupação são os estudos, vc não tem mais nada com que se preocupar..." O quê???? (eu pensava!) Como assim??? A última coisa que penso são os estudos!rsrsrs (pobres papais, sempre fui um problema quando o tema era escola...afff) Minhas preocupações eram outras, meu peso, a zuação dos meninos na escola, minhas amigas, enfim, tudo menos aritimética e gramática.
Por outro lado, Renata ainda não pensa em meninos (não como futuros namorados), por enquanto são apenas amigos, e quando o primo diz que vai ser namorado dela, ela apenas responde que ele é como um irmão. Também declara que não vai casar (menina, apaixonada pelo pai, deve pensar: bom, com meu pai não posso casar, e ele é o melhor homem do mundo, então não me caso com ninguém...kkk). Estou pensando em registrar isso em cartório, assim terei uma prova de que ela mesma disse isso...rsrs
Agora, voltando ao livro, quando a Renata chegar na página 109 teremos "a conversa". Sim, porque o livro não entra em detalhes de como tudo acontece, e sugere que a criança converse com os pais sobre o assunto " como os bebês são feitos"... Ui... Vou precisar de muuuuuuita concentração, espero ser o mais espontânea possível. Outro dia Renata se atrapalhou com as palavras e me perguntou se eu usava "camiseta" (ela queria mesmo era saber de camisinhas, pois tinha acabado de passar uma propaganda sobre o assunto). Bom, mas ela disse camiseta, e a resposta foi de acordo com que ela perguntou: claro que uso, todos os dias, olha só, estou usando agora...rsrss Tá, fugi do assunto, mas não menti nem deixei de responder a uma pergunta. Ah, e em outra oportunidade, esclareci para que serve a camisinha.
Agora é com vcs, amigas que tem filhas pré adolescentes, adolescentes, adultas: como foi essa fase para vcs e suas filhas? Havia espaço para o diálogo? Ela procurava vc para esclarecer as dúvidas ou havia uma distância quando o assunto era "delicado"? Espero os comentários! :o)
Baci
Thati

4 comentários:

  1. Serve as mães de meninos, Thati? kkkkk
    Tive essa experiência de falar sobre a reprodução humana com meus meninos duas vezes, com o meu mais velho o despertar sobre esse assunto aconteceu quando eu estava grávida do meu 2º filho, ele tinha 6 anos e foi muito tranquilo, temos uma coleção de livrinhos sobre sexo e sexualidade e fomos abordando conforme ele perguntava, nunca desrespeitamos o tempo de "ruminar" dele, falávamos sobre o que ele queria saber e ele passava dias ou às vezes semana para perguntar algo na sequência, mas nunca deixamos de responder suas dúvidas e sempre procurei conversar com bastante naturalidade, como eu gostaria que tivesse sido comigo na minha infância. Lembro que demorou bastante, acho que até uns 8 ou 9 anos para que ele lesse todos os livrinhos e conversássemos sobre todo o processo de sexualidade. Talvez esse treinamento já tenha me preparado para essa famosa conversa com o meu segundo filho (tbm menino), mas meu filho não se interessou muito pelos livrinhos ainda, prefere a conversa comigo e com o pai dele e já compreendeu como acontece o ato sexual, a gestação e o parto, agora estamos conversando com ele sobre as doenças sexualmente transmissíveis, preservativos, pedofilia (considero muuuuito importante prevenirmos nossos filhos!!!) e orientação sexual, pois quero que meus filhos cresçam pessoas responsáveis e conscientes de seus corpos e sexualidade, que não encarem o sexo como algo feio, sujo, proibido e pecado, mas que se respeitem e respeitem os outros em suas escolhas.
    Agora veremos como será com a caçulinha! Daqui alguns anos!!kkk

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    1. Heheh, claro que serve a experiência de mãe de menino cunhadinha!! Mãe é mãe, e filhos, meninos ou meninas, mais cedo ou mais tarde sempre tem essa curiosidade e as dúvidas são sempre as mesmas. Gostei de saber a forma que vc abordou com o mais velho, creio que a Renata se interessaria por livros sobre o assunto, ainda estou procurando um título bacana... Mas como vc escreveu, além do livro, uma conversa é sempre bem vinda, afinal é algo pessoal, e acredito que assim ela poderá confirmar que pode mesmo falar sobre tudo com a gente. Sobre pedofilia (não exatamente com esse nome, porque na época a Renata era mais novinha) expliquei já faz um bom tempo, com o mundo do jeito que anda, infelizmente temos que alertá-los cada vez mais cedo.
      E minha preocupação é essa,a de passar a imagem certa de sexo, algo criado por Deus para que duas pessoas que se amam fossem uma só... Mas aí senta que lá vem história, tema para mais um post, abstinência sexual na juventude... Meus sais!rsrsrs

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  2. Em casa conversamos sim. Com a maior já foi amplamente dialogado. E a pequena também já entende um pouco, mas como sempre eu respeitei a idade delas. quando surgiu a primeira pergunta a resposta foi: - papai põe uma sementinha na barriga da mamãe, e a resposta bastou naquela idade. Só mais tarde que veio a pergunta: como? e assim por diante. Acho importante conversar, avisar, esclarecer. Minha mãe fez isso conosco e valeu ouro! Em determinada idade, na escola, as outras meninas não sabiam as coisas pois as mães não falavam, e nós sabíamos e ajudávamos as colegas a entenderem. Minha mãe já era moderna! bjus!

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    1. Marli, legal saber que vc teve esse papo com sua mãe! Olha, lá em casa havia esclarecimento sim, mas eu me sentia envergonhada de perguntar certas coisas, e acabava indo tirar minhas dúvidas com quem sabia o mesmo que eu... Minha melhor amiga!rsrsrs A história da sementinha também já contei, mas ela chegou no próximo estágio, e em breve teremos "a conversa". Esse livro que ela está lendo é muito bacana pois trata de assuntos que realmente fazem parte do universo das meninas dessa idade, desde menstruação até relacionamento com meninos (não do tipo namoro, e sim do tipo atração), fala de saúde, como cuidar bem do seu corpo, muito bacana mesmo!
      Baci
      Thati

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